“Um
 verdadeiro faroeste, fora de série. Nos 43 anos que tenho de vida, 
nunca vi uma coisa dessas”. O depoimento do comerciante Tadeu Magno vai 
ao encontro de outros moradores de Princesa Isabel, cidade do Sertão da 
Paraíba, atacada por assaltantes de bancos na terça-feira (28).
Após
 vários disparos efetuados a esmo pelos bandidos, foi possível perceber 
nos fios de iluminação pública e nas árvores danificadas por balas o 
risco que os moradores da cidade correram. Um bar da cidade ficou 
danificado pelos disparos feitos pelos bandidos. Uma parede que fica 
atrás do balcão do estabelecimento comercial ficou toda perfurada. Quem 
passava no local, tentou se abrigar. O bar fica na principal avenida de 
Princesa Isabel.
O
 agente de saúde Ronaldo Lopes foi enfático ao falar dos momentos que 
viveu na terça-feira. “Nunca vi um tiroteio tão enorme como vi aqui. Eu 
acho que nem na década de 30, quando houve uma guerra, aconteceu isso 
aqui”, afirmou.
De
 acordo com a polícia, os 15 assaltantes chegaram à cidade pela manhã e 
se dividiram para roubar duas agências bancárias. Na ação, eles abriram 
fogo para amedrontar os moradores e atrasar a chegada da polícia. Para 
escapar, os homens fizeram dez pessoas reféns, que usaram como escudos, 
como conta o mototaxista Edmilson Batista.
“Eles
 [os bandidos] pediram para eu parar, deixar a moto no meio da rua e 
ficar onde eles estavam para servir de escudo para eles”, disse. 
Edmilson Batista contou que ficou cerca de uma hora servindo de escudo 
para os bandidos.
“Eles
 ficavam atrás e a gente o tempo todo olhando para o lado da rua. Não 
podia olhar para eles e nem de lado. Quando nos mexíamos, eles pediam 
para voltar para a posição inicial, sempre com as mãos na cabeça”, 
relatou. “O medo que fez era a gente, em uma troca de tiros com a 
polícia, morrer de graça, sem dever nada”, completou.
Segundo
 a polícia, os reféns foram libertados pouco tempo depois. Os bandidos 
ainda atearam fogo em dois carros para bloquear a estrada e fugiram em 
direção a Pernambuco.
Acho que nem na década de 30, quando houve uma guerra, aconteceu isso aqui”Ronaldo Lopes, morador
O
 delegado geral adjunto André Rabelo acredita que a ação dos bandidos 
foi planejada. “Foi muito violenta, cronometrada até. Conheciam vários 
aspectos da segurança da cidade e do expediente bancário”, afirmou.
André
 Rabelo acredita ainda que nem todos os bandidos tenham fugido. “É uma 
possibilidade, tendo em vista ser um grupo numeroso e que não fugiu 
apenas em uma direção”, disse.
O
 comandante da 5ª Companhia de Polícia Militar da cidade, capitão Lima 
Filho, disse que Princesa Isabel estava tranquila na manhã desta 
quarta-feira (29). “A situação em Princesa Isabel voltou à normalidade, 
com o policiamento nas ruas. Os moradores ainda têm um pouco de temor, o
 que é normal para pessoas que não estão acostumadas a esse tipo de 
coisa, mas já estão voltando ao normal, aos seus afazeres. A Polícia 
Militar está nas ruas fazendo um policiamento ostensivo. A região de 
comércio também está com segurança”, contou.
Lima
 Filho disse ainda que as buscas pelos suspeitos foram feitas na 
caatinga mas foram suspensas por não oferecer segurança aos policiais 
durante a noite. Ele afirmou que as buscas continuam nesta quarta-feira 
com o auxílio de um helicóptero.
Fonte: G1 Paraiba
 
 
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