sexta-feira, 20 de março de 2015

Situação do São Francisco é muito grave


Enfrentar a crise política e os achacadores
Ao lembrar que 22 de março é o Dia Mundial da Água, o senador Otto Alencar (PSD-BA) chamou atenção para a crise hídrica brasileira e a difícil situação pela qual passa o Rio São Francisco.
Em discurso no Plenário do Senado nesta quinta-feira (19), o parlamentar lembrou que praticamente todos os afluentes do chamado Rio da Integração Nacional – por cortar cinco estados – estão comprometidos pelo despejo de esgoto, assoreamento e destruição de mata ciliar.
Otto afirmou que o consumo de água aumenta todos os anos, mas nenhum governo, seja federal ou estaduais, se deu conta ainda da importância de se investir na preservação de nascentes, riachos e afluentes.
“De ponta a ponta, no São Francisco, o que se vê são matas ciliares derrubadas. Quando chega à Bahia, o rio já vem trazendo todo tipo de sedimentos e detritos. A situação é tão grave que o Lago de Sobradinho está com 20% de capacidade. Se não tiver constante chuva até o fim de abril, é bem provável que em novembro possamos ver o fundo do lago”, lamentou.
O senador informou que está preparando um projeto de lei determinando que qualquer transposição de bacia seja feita somente depois que o rio doador das águas seja totalmente revitalizado.
“No orçamento de 2015 tem muito mais dinheiro para transposição do que para revitalização. Só que não haverá água nos canais do São Francisco se ele não for revitalizado”, alertou.
Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou o fato de a crise hídrica ter se somado a outras crises de ordem política e econômica.
“Nós estamos maltratando nossas fontes e reservas. As cidades transformaram seus rios em esgotos e lixões”, disse a senadora, que citou como exemplo os rios Guaíba, em Porto Alegre, e o Tietê, em São Paulo.

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