O Projeto Produção de Derivados da Mandioca na Serra do Teixeira, 
implantado há três anos pelo Sebrae na região, já conseguiu aumentar em 
20% a produção na cidade de Princesa Isabel. Atualmente, produtores das 
comunidades de Lagoa de São João, Cedro, Moça Bonita, Macambira e Lagoa 
da Cruz colhem anualmente 16,5 toneladas por hectare. No município de 
Tavares, onde o projeto é mais recente, ainda não há números.

 
Para facilitar a comercialização, no mês de outubro um designer do 
Sebrae elaborou a marca Lagoa de São João, nome de uma das comunidades 
envolvidas no projeto e que é conhecida pela qualidade da farinha 
produzida. Neste momento, está sendo trabalhada a embalagem do produto, 
que deve buscar o mercado de outros estados além de Pernambuco, onde, 
por conta da proximidade geográfica, ele já é consumido. A pretensão dos
 produtores é que posteriormente também haja interesse de 
industrialização dos derivados da mandioca, o que ainda não existe até o
 momento, além da venda nos supermercados.
Nos municípios de Princesa Isabel e Tavares, 225 produtores já trabalham
 com a mandioca e, embora este não seja o principal produto da região, 
que é o feijão, muitas famílias vivem e se sustentam em torno do plantio
 de mandioca.

 
A expectativa, inclusive, é de atingir um crescimento ainda mais 
expressivo da produção na Serra do Teixeira, já que outros 40 produtores
 estão procurando os escritórios do Sebrae para ampliar o plantio para 
novas áreas, informou o gestor do Projeto, Pablo Evaristo de Queiroz.
Culinária e alvenaria - Além do aumento da produção, através de uma 
maior organização, da modernização das casas de farinha e de orientações
 sobre uma melhor exploração da atividade e de dicas de 
empreendedorismo, o projeto tem realizado cursos de diversificação da 
culinária com a mandioca, que segundo a coordenadora regional da Emater,
 Tereza Cristina Pereira de Carvalho, tem 100% de aproveitamento. Entre 
os produtos, estão lasanhas, beijus, brigadeiros, sorvetes, tapiocas, 
nhoques, pizzas, entre outros.
Eles foram apresentados na festa da Mandioca, realizada em Princesa 
Isabel, e a Expomandioca, em Tavares, no segundo semestre deste ano e 
tiveram grande aceitação. As mulheres pretendem inclusive, colocar 
pontos de venda na cidade para comercializar os derivados da mandioca 
produzidos por elas. Para isso, através da Associação dos produtores, o 
Sebrae está realizando cursos que orientam sobre a organização social, a
 forma de trabalhar o mercado, a marca e a comercialização de uma forma 
mais organizada.
À parte a confecção de alimentos, através do aproveitamento da raiz e da
 farinha, o líquido extraído da mandioca ralada, manipueira, tem sido 
utilizado para a confecção de tijolos, que consiste uma das maiores 
inovações com o produto na região.
Geração de empregos - Há alguns anos a mandioca era considerada cultura 
de pobre e destinava-se quase que exclusivamente à produção de farinha 
comum de mesa, diz a coordenadora regional da Emater/Princesa Isabel, 
Tereza Cristina. Hoje, superada a sua fase de declínio e cultivada em 
mais de 80 países, representa grande expansão econômica e está sendo 
desenvolvida do mini ao grande produtor, devido às vantagens que oferece
 em termos de renda e alternativa alimentar tanto para as populações 
quanto para os animais. A cultura da mandioca é hoje uma das principais 
atividades geradoras de emprego e renda de Princesa Isabel e tem sido 
incentivada na Paraíba através da pesquisa agrícola realizada por 
intermédio da Emepa e Embrapa e com orientações técnicas da Emater.
Conforme os extensionistas da área, Princesa Isabel é uma das regiões de
 melhor desempenho agrícola do Estado, comercializando o produto em 
feiras livres e supermercados de várias regiões da Paraíba e estados 
vizinhos como Pernambuco e Ceará. A expansão da cultura no município 
conta atualmente com apoio do Pacto de Cooperação da Serra do Teixeira 
por meio de parcerias com o Governo do Estado, Secretaria de Estado do 
Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Emater-PB, Sebrae, 
Prefeitura Local, associações rurais, Banco do Nordeste e Banco do 
Brasil.