Na noite da última terça-feira, o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, abriu as portas da
residência oficial que ocupa, às margens do Lago Paranoá, em Brasília,
para os deputados da bancada do seu partido, o PMDB. Ofereceu-lhes um
jantar. Custou R$ 28,4 mil –ou R$ 355 por cabeça. O contribuinte pagou a
conta.
A verba saiu das arcas da Câmara. A ONG
Contas Abertas obteve a nota de empenho da despesa. Está escrito:
“Concessão de suprimento de fundos para atender despesas relativas à
contratação de serviços destinados à realização de jantar no dia
16.07.2013, na residência oficial da Câmara dos Deputados, para um
público estimado de oitenta pessoas, a pedido do gabinete do
presidente.”
A rubrica “suprimentos de fundos” serve
para a realização de despesas inesperadas e urgentes. No caso
específico, o dinheiro foi repassado a uma servidora. Ela realizou os
gastos e prestará contas posteriormente. Chama-se Bernadette Maria
França Amaral Soares. Lotada no gabinete do presidente, administra a
residência oficial da Câmara. O salário dela é de cerca de E$ 23 mil
mensais.
Além dos deputados, estiveram no repasto o
vice-presidente Michel Temer e ministros do PMDB. O encontro foi
partidário. “Um jantar social de fim de semestre”, na definição do líder
da legenda, deputado Eduardo Cunha. O cardápio foi fino –de camarão a
queijo brie caramelado, noves fora o champanhe. A pauta foi indigesta:
do derretimento de Dilma Rousseff à deterioração da coligação.
A pergunta que fica boiando na atmosfera
é: por que diabos o contribuinte brasileiro foi intimado a pagar a
conta? Não há propriamente uma ilegalidade no espeto. Porém, se as ruas
de junho informaram alguma coisa foi que a sociedade já não engole
passivamente tudo o que em Brasília é considerado “normal”. Não é pelos
vinte centavos, diria um desses rapazes que saem de casa para protestar
defronte do prédio do Congresso. É pelo respeito à liturgia.
A Câmara já custeia a equipagem, a
criadagem, a cozinheira e os alimentos que vão à mesa da residência do
seu presidente. Difícil acomodar no escaninho das normalidades a
contratação de uma empresa para fornecer decoração, mesas, cadeiras e a
comida servida à turma do PMDB. A plateia se pergunta: por que o
inquilino e seus convidados não fizeram uma vaquinha?
Veja a nota de empenho:
|
sexta-feira, 19 de julho de 2013
O PMDB DELICIA JANTAR E QUEM PAGA É O POVO BRASILEIRO Jantar custou R$ 28,4 mil à Câmara Federal
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário