Sindicato denuncia que população do Brejo, Cariri e Sertão sofre por não contar com delegados
Delegado Isaías Olegário, é presidente do Sindepol (Crédito: Sindepol-PB)
“Existem alguns municípios que não precisam efetivamente de um delegado todos os dias. Um exemplo é Coxixola. No município não são praticados crimes com frequência e o delegado quando vai até lá, geralmente é para assinar alguns documentos. Mas é claro que o ideal, é que haja, mesmo nos municípios considerados tranquilos, a presença diária de um delegado. O Estado chegou a inaugurar novas delegacias durante o ano passado, porém o número de delegados não sofreu alteração, fazendo com que a situasse permanecesse do mesmo jeito,” disse o delegado Isaías Olegário.
Dos 110 municípios paraibanos que não contam com presença de um delegado, alguns destes não possuem sequer um delegado designado para atender o município. Nestes casos, todos os crimes que, porventura aconteçam no local, serão investigados por um agente de polícia nomeado comissário. O delegado mais próximo só será acionado se o comissário encontrar dificuldades durante a investigação.
O delegado Isaías Olegário explicou que o acúmulo de atividades acarreta nos delegados estresse e também a baixa qualidade na investigação dos inquéritos. “Ou o delegado se dedica a uma ou a outra coisa. Ele não vai conseguir concluir em tempo hábil os inquéritos instaurados em três municípios, é claro que algum sempre será prejudicado. Além disso ele vai se dedicar mais a uma cidade e outras ficarão a mercê de apenas uma visita semanal”, disse o delegado.
A defasagem de delegados acontece em todo o interior do Estado, no Brejo, no Cariri e no Sertão. Na região da Mata paraibana, Isaías Olegário disse que a cidade de Pedro Régis não possui delegado diariamente; no Cariri, a situação se repete no município de Riacho de Santo Antônio; no Sertão, a população da cidade de Dona Inês sofre com a falta de uma delegacia.
Trabalho sem acúmulo
Três cidades - O delegado titular de Mamanguape, Francisco Marinho de Melo, responde também por Mataraca e Curral de Cima. Apesar de ser responsável por investigar os crimes dos três municípios, o delegado afirmou que não se sente sobrecarregado pelo volume de trabalho. “Os municípios são pequenos e por isso eu não encontro dificuldade alguma”, afirmou o delegado.
Concursado é solução
Reforço - A solução apontada pelo presidente do Sindepol, para diminuir a sobrecarga de trabalho dos atuais delegados, e consequentemente implantar novas delegacias, seria a convocação de todas as 33 pessoas aprovados no último concurso para delegado realizado pelo Estado. Todos já concluíram o curso de formação, mas apenas 11 foram convocados até o momento.
Além disso, Isaías Olegário afirmou que a realização de novos concursos para aumentar o quadro de delegados de Polícia Civil, também seria uma das alternativas necessárias para resolver o problema da falta de delegados.
Estrutura precária
Para profissional - Para o delegado Thiago Augusto Vasconcelos, o maior problema que ele encontra, na hora de iniciar uma investigação, é a falta de estrutura. “Eu conto com uma equipe muito pequena e isso sim prejudica o andamento das investigações e a qualidade de apuração do inquérito. Além disso, a estrutura física da delegacia de Jacaraú está seriamente comprometida”, contou.
Conforme o delegado Isaías Olegário, o caso se repete na delegacia de Cruz do Espírito Santo. “Eu sei porque já trabalhei e posso afirmar com segurança que o local não possui estrutura. A pobreza da delegacia chega a ser franciscana”, disse o delegado.
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