Papagaios reintroduzidos pelo Ibama no sertão da Paraíba são apreendidos em residência no Vale do Piancó

Três papagaios da espécie Amazona aestiva que haviam sido reintroduzidos na natureza pelo Ibama foram apreendidos ontem por agentes ambientais federais em cativeiro em uma residência na cidade de Itaporanga-PB. As multas aplicadas pela manutenção em cativeiro e pela mutilação, devido às asas dos papagaios terem sido cortadas para impedir seu voo, somaram R$ 16 mil.

As informações levantadas no local onde dois dos papagaios estavam em cativeiro permitiram que a fiscalização identificasse a pessoa que capturou os animais na área onde a soltura havia sido realizada, e que vendeu os animais, por R$200,00 cada um, conforme apurado pelos agentes. O caçador, que tinha um papagaio na residência, recebeu multa de R$ 6 mil pela mutilação e manutenção em cativeiro, uma multa de R$ 10 mil foi aplicada ao responsável pelo cativeiro dos outros dois animais.

Os animais reintroduzidos foram identificados por meio de chip, que é implantado nos mesmos antes da reintrodução na natureza. As anilhas que também deveriam identificar os papagaios reintroduzidos haviam sido removidas. Os animais foram encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama na Paraíba, onde recebem cuidados veterinários e devem ficar lá até que estejam em condições de voltar novamente à vida livre.

Os animais reintroduzidos na natureza são monitorados na região de soltura, e uma das prioridades da fiscalização de fauna é evitar que os mesmos voltem a ser vítimas do tráfico de animais e retornem para o cativeiro, empobrecendo a biodiversidade da região. A situação tem ainda o agravante, pois se aproxima a época de reprodução da espécie, e esta seria a primeira oportunidade destes animais se reproduzirem em liberdade.

Segundo o coordenador da operação, Jaime Pereira, "o monitoramento dos animais reintroduzidos na natureza é constante, uma de nossas prioridades na fiscalização, solicitamos às pessoas que não comprem animais sem procedência legal, pois se o fizerem estão contribuindo para o tráfico de animais e podem ser autuadas e responder por crime ambiental, além de ter os animais apreendidos".